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Como administrar os conflitos

Como você reage diante das reclamações? Você fica aborrecido ou aproveita para ver se há algum fundamento naquela queixa?

Conflitos são vistos como vilões a serem derrotados, mas nos enganamos ao não perceber as oportunidades que eles trazem e como pode haver crescimento consistente a partir das discordâncias. A Bíblia nos mostra que as crises não são ruins, embora sejam desconfortáveis. O problema não são as crise, mas sim como lidamos com elas.

O evangelista Lucas, ao relatar o avanço da igreja nos primeiros dias e como o Espírito Santo agiu naquele período, nos conta que as viúvas que falavam grego estavam sendo esquecidas na distribuição dos alimentos. Nesta ocasião houve murmuração e a notícias chegou aos apóstolos.

Os apóstolos trataram de resolver a questão. Eles não repreenderam os murmuradores, ou disseram que as viúvas deveriam ter sido mais claras se comunicando melhor. Eles foram ao cerne da questão: precisamos de mais trabalhadores.

Como você reage diante das reclamações? Você fica aborrecido ou aproveita para ver se há algum fundamento naquela queixa? Dificilmente o problema vai ser apresentado suavemente, sem lhe causar qualquer desconforto. Vamos combinar de não acusar quem vem pedir ajuda. Você sabia que muitas esposas desistiram de tentar melhorar a relação, porque quando apresentavam ao marido o problema, ele conseguia fazer a culpa recair sobre a mulher e ainda brigava com ela!

Como você reage diante das críticas? Você fecha os ouvidos, se defende e acusa de volta? Ou você rotula quem lhe traz a crítica de chato, murmurador e rabugento? O pai e o filho; a esposa e o marido; o líder e o liderado precisam aprender a ouvir sem se melindrar e se defender.

Costumo dizer que precisamos ter pele grossa e coração mole. Sempre há o que melhorar em uma relação, casa ou empresa. Ouça as críticas e se mobilize para resolver. Foi o que os 12 apóstolos fizeram, reuniram os discípulos apontaram o caminho para resolver a questão:

“Não é certo negligenciarmos o ministério da palavra de Deus, a fim de servir às mesas. Irmãos, escolham entre vocês sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria. Passaremos a eles essa tarefa e nos dedicaremos à oração e ao ministério da palavra”. Atos 6:2-4

Em primeiro lugar estabeleceram limite, baseado na prioridade do chamado que tinham. Nem sempre, trabalhar para resolver o problema é fazer exatamente o que está sendo pedido. Há maridos que acham que a única forma de manterem um relacionamento saudável com a mulher é dizendo sim a tudo o que ela pede. Fazem de má vontade e ainda ficam reclamando depois.

Resolver os conflitos implica em dizer “não” também e deixar a posição clara. “Não é certo”, foi o que disseram os 12. Porém, eles apresentaram a saída. Quando uma solução é proposta fica evidente a intenção de abençoar, de amar e de considerar a solicitação do outro. Não basta dizer “não”, é preciso agir em busca do “como”.

Os 12 não tomaram para si todo o peso e a responsabilidade da decisão. Eles sabiam que é preciso dividir, compartilhar a oportunidade de escolher, de participar e de opinar. A crise se apresenta para o líder. Ele assume a responsabilidade e traça as diretrizes para que todos possam participar.

Deve ser assim nas férias da família, por exemplo. Todos precisam opinar e trazer seus sonhos e projetos para a mesa. Desta maneira, as férias vão correr sem muitas brigas, será mais diversificada e rica. Nos negócios mais ainda. Uma equipe que participa das decisões, se sente parte do projeto e mistura sua identidade com o trabalho apresentando resultados surpreendentes!

A crise não devem mais ser vistas como vilã e sim como um treinador, que parece chato e exigente, mas que consegue extrair o melhor do atleta, que não seria possível se o deixasse na zona de conforto.

Da próxima vez que um conflito bater à sua porta, receba-o com boa vontade, escute o que “ele” tem a dizer, filtre o tom de voz agressivo e as acusações injustas. Deixe de lado as desculpas, seja “casca grossa”, suporte as pancadas verbais, absorva o impacto e busque a solução. Se necessário, diga não para o que é injusto e incorreto, mas se empenhe na solução.

Compartilhe as decisões, mesmo que você tenha que direcionar os resultados ao impor condições, e então colha os frutos de uma família restaurada e de uma empresa agradável e próspera.

E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé Atos 6:7

A glória será do Senhor, a alegria será dos dois. O reino de Deus vai se expandir e os seus olhos verão que vale à pena amar e trabalhar, principalmente nos momentos de crise.

Fonte: Josué Gonçalves É terapeuta familiar, escritor, pastor e apresentador do programa Família Debaixo da Graça, transmitido pela RedeTV!. Trabalha com o tema Família há 27 anos.

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